Redator:

Rede Altana

Data:

16.10.2024

Quando uma criança precisa utilizar os recursos da medicina de transição, é provável que os familiares enfrentem desafios físicos e emocionais.
 
A psicóloga da Rede Altana, Jesiana Ribeiro, comenta que o acolhimento à família começa desde o primeiro momento da internação, com uma “escuta ativa e a abordagem para avaliação inicial”. Este contato ajuda a equipe a entender o histórico da criança e a dinâmica familiar, oferecendo um suporte mais completo e humano. De acordo com a Cartilha de Atenção à Saúde Mental de Crianças e Adolescentes Hospitalizados do Ministério da Saúde (2022), o suporte psicológico desde a admissão é essencial para a adaptação da família e para minimizar o impacto emocional da hospitalização.
 
O processo ainda pode ser marcado por expectativas, frustrações e uma jornada difícil. As famílias tendem a chegar fragilizadas após experiências anteriores em hospitais e no home care, e é compreensível que oscilem entre esperança e medo. Por isso, o trabalho na medicina de transição conta com uma equipe multidisciplinar capacitada para minimizar essas angústias. Segundo o Protocolo Nacional de Cuidados Paliativos do Conselho Federal de Medicina (2018), a atuação integrada de uma equipe multidisciplinar é fundamental para atender as necessidades emocionais e físicas de pacientes e familiares, garantindo um cuidado mais humanizado.
 
Entre as principais orientações para superar o momento, pode-se destacar a importância de viver o processo com leveza. “É importante manejar da forma mais amena possível, sem se culpar, e conciliar a dedicação à criança com o cuidado de si mesmo, pois quem cuida também precisa ser cuidado”, comenta a psicóloga. A presença, o amor e a dedicação são fundamentais, mas também é crucial que os familiares não deixem de cuidar de sua própria saúde emocional. O Manual de Cuidados com Cuidadores Familiares da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz, 2019) ressalta a importância do autocuidado para os cuidadores, afirmando que sua saúde física e mental influencia diretamente a qualidade do cuidado que conseguem oferecer.
 
Maira de Oliveira, mãe da paciente Maria Vitória, assistida atualmente pela Rede Altana, relata que o processo de adaptação foi sendo estabelecido à medida que ela pode conhecer o trabalho de assistência da clínica e os profissionais envolvidos no cuidado. “Nos primeiros dias, foi muito difícil. Não queria deixá-la aqui; sair de perto. Agora, porém, me sinto segura. Os funcionários me passam confiança. Eu posso ir viajar, eles me mandam fotos e vídeos. E eu posso vir quando quiser e estar por dentro de tudo também”.
 
Na Rede Altana, a busca pelo acolhimento vai além dos aspectos clínicos, proporcionando às famílias um suporte emocional e técnico que contribua para a superação dos momentos mais desafiadores desta jornada.
 
Referências:
 
•Ministério da Saúde (2022). Cartilha de Atenção à Saúde Mental de Crianças e Adolescentes Hospitalizados.
•Conselho Federal de Medicina (2018). Protocolo Nacional de Cuidados Paliativos.
•Fundação Oswaldo Cruz (2019). Manual de Cuidados com Cuidadores Familiares.